Baterias já podem entrar em operação em 2026, diz ISA Energia
Projeto de armazenamento de energia em baterias - ISA Energia Brasil (Divulgação)
Poliana Souto
O início da operação dos sistemas de armazenamento por meio de baterias apenas em 2029, previsto na consulta pública aberta sobre o tema pelo Ministério de Minas e Energia (MME), "não faz sentido", na opinião de Silvia Wada, diretora-executiva de Finanças, Relações com Investidores e Desenvolvimento de Negócios da ISA Energia - novo nome da antiga ISA Cteep.
A visão da executiva é baseada no projeto de armazenamento de energia em baterias instalado na subestação de Registro, em São Paulo, de responsabilidade da transmissora. Segundo Wada, o projeto levou um ano para entrar em operação, prazo que possivelmente seria "aceitável" para os ativos do leilão projetado pelo MME. Contudo, ainda é preciso analisar quais segmentos do setor elétrico serão autorizados a participar do certame, já que a pasta ainda não divulgou as diretrizes para a sua realização.
"Nossa contribuição na CP foi neste sentido, porque fazer um leilão em 2025 para entrar em operação em 2029 não parece fazer muito sentido para a bateria. Isso, inclusive, gera uma incerteza em termos de indexação e contratação do Capex, porque se você consegue fazer uma obra em um ano, mas só precisa lá na frente, você vai contratar agora e correr riscos, o que pode prejudicar a rentabilidade, pois faço um investimento e só vou ter a remuneração lá para frente", falou Wada durante evento com investidores realizado pela companhia nesta terça-feira, 12 de novembro, na B3, em São Paulo.
A contribuição da ISA Energia foi em linha com o do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que sugeriu a entrada em operação dos equipamentos também em 2026. Para Wada, caso a entrega dos ativos seja em 2029, a pasta precisa deixar claro no edital do certame se, em caso de antecipação de entrega, haverá remuneração adicional.
Caso contrário, em um cenário de necessidade apenas em 2029, Wada opinou que seria interessante postergar a realização do leilão.
A visão da executiva é baseada no projeto de armazenamento de energia em baterias instalado na subestação de Registro, em São Paulo, de responsabilidade da transmissora. Segundo Wada, o projeto levou um ano para entrar em operação, prazo que possivelmente seria "aceitável" para os ativos do leilão projetado pelo MME. Contudo, ainda é preciso analisar quais segmentos do setor elétrico serão autorizados a participar do certame, já que a pasta ainda não divulgou as diretrizes para a sua realização.
"Nossa contribuição na CP foi neste sentido, porque fazer um leilão em 2025 para entrar em operação em 2029 não parece fazer muito sentido para a bateria. Isso, inclusive, gera uma incerteza em termos de indexação e contratação do Capex, porque se você consegue fazer uma obra em um ano, mas só precisa lá na frente, você vai contratar agora e correr riscos, o que pode prejudicar a rentabilidade, pois faço um investimento e só vou ter a remuneração lá para frente", falou Wada durante evento com investidores realizado pela companhia nesta terça-feira, 12 de novembro, na B3, em São Paulo.
A contribuição da ISA Energia foi em linha com o do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que sugeriu a entrada em operação dos equipamentos também em 2026. Para Wada, caso a entrega dos ativos seja em 2029, a pasta precisa deixar claro no edital do certame se, em caso de antecipação de entrega, haverá remuneração adicional.
Caso contrário, em um cenário de necessidade apenas em 2029, Wada opinou que seria interessante postergar a realização do leilão.
Mudanças na transmissão
As baterias estão entre os equipamentos vistos pela empresa como inovações para garantir a flexibilidade operativa do sistema de transmissão brasileiro, em meio ao crescimento das fontes intermitentes e da geração distribuída, segundo Renato Guimarães, coordenador de Planejamento da Expansão e Estudos da ISA Energia.
Além dos equipamentos, Guimarães citou outros equipamentos para viabilizar flexibilidade como os sistemas Facts, Dynamic Line Ratings (DLR), Virtual Power Plants (VPPs) e HDVC.
O especialista em Novos Negócios Victor Nakashima complementou afirmando que os sistemas devem ajudar a empresa a lidar com a nova era no setor de transmissão devido à produção de hidrogênio verde, que deve ser concretizar no médio prazo, e à instalação de novos data centers no país - que devem demandar ainda mais investimentos em transmissão.
Citando dados da Empresa de Pesquisa Energética, Nakashima destacou que serão necessários R$ 601 milhões em investimentos regulatórios da ISA Brasil em reforços e melhorias em transmissão para atender os data centers nos próximos três anos.
"Vamos implementar os reforços e vemos que a demanda de data centers cria oportunidade para a transmissora em termos de investimentos. Acredito que, em breve, a gente vai ter licitações com ampliações específicas para atender a esse tipo de carga. Hoje, a ISA iniciou um estudo prospectivo para atender demanda tanto de data center como também de carga de hidrogênio verde", afirmou o especialista em novos negócios após destacar que empresa ainda precisa realizar o cálculo de remuneração da receita anual permitida (RAP) pelos investimentos feitos para atender data centers.
No momento, há 22 pedidos de acesso de data centers na rede de transmissão aprovados pelo MME, totalizando uma demanda total de 3.485 MW. Deste total, dez já estão aprovados e somam 1.607 MW. Os projetos estão concentrados em São Paulo.
A Nova ISA
Nesta semana, a antiga ISA Cteep anunciou uma mudança no nome da marca, que passa a ser chamada de ISA Energia. Segundo Rui Chammas, presidente da companhia, o nome projeta a estratégia para o Brasil, que será focada em manter seus ativos, garantir sua expansão no Brasil e investir nos novos caminhos de inovação em seu segmento.
"A mudança é um reforço do nosso compromisso com pessoas, meio ambiente, sociedade e investidores. Não vamos mudar nossa governança e não existe a intenção de entrar num negócio de geração ou distribuição", falou o executivo Rui Chammas, presidente da transmissora.
Até 2029, a transmissora projeta R$ 14 bilhões em investimentos domésticos, dos quais R$ 9 bilhões serão para sete projetos greenfield e R$ 5 bilhões para reforços e melhorias.
Com 35 concessões no país, sendo que uma acaba no próximo ano, Chammas destacou que a empresa tem contratos de 30 anos e não tem preocupações em relação ao fim de receitas nas áreas.
Em relação à possível fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês), Wada destacou que a empresa está "sempre avaliando oportunidades que gerem valor" e façam sentido para otimização de projetos.
Projeto Piraquê
A ISA concluiu a captação de R$ 1,8 bilhão, via títulos verdes, para o projeto Piraquê, que permitirá a expansão da capacidade de escoamento da energia renováveis no Norte de Minas Gerais, estado responsável por mais de um quinto da energia solar produzida em todo o território nacional.
"Desde 2018, a ISA tem emitido green bonds e, com a nova emissão, elevamos o total captado em títulos verdes para cerca de R$ 7,2 bilhões, reforçando nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável", afirmou Silvia Wada em nota.
Arrematado no Lote 3 do primeiro leilão de transmissão de 2022, o projeto Piraquê contempla oito linhas de transmissão (sete de 500 kV e uma de 345 kV) que totalizam 938 quilômetros de extensão nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, além da construção de duas novas subestações e da ampliação de outras seis já existentes. Em julho deste ano, a empresa obteve as licenças ambientais e avança com a construção do projeto.
Com investimento previsto pelo regulador de R$ 3,7 bilhões e RAP de R$ 326 milhões (ciclo 2024-2025), o empreendimento tem previsão de entrega até setembro de 2027 e previsão de gerar mais de 7.000 empregos diretos e indiretos durante a sua construção.
MegaWhat
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