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Assessora de Tabata Amaral, Julia Cruz assume secretaria de Economia Verde

Julia Cruz assume a secretária de Economia Verde (SEV) do MDIC, em 2 de julho de 2025 (Foto Júlio César Silva/MDIC) -

Nova titular da SEV/MDIC substitui Rodrigo Rollemberg após ida à Câmara. Pasta reúne políticas como mercado de carbono, hidrogênio verde e eólicas offshore


A mestre em Direito Internacional, Júlia Cruz, assumiu a secretaria de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria (SEV) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) nesta quarta-feira (2/7)

Julia Cruz atuou na Câmara dos Deputados, como chefe de gabinete de Tabata Amaral (PSB/SP), do partido de Rollmeberg e do ministro Geraldo Alckmin. A informação é do próprio MDIC.

Ela substitui Rodrigo Rollemberg, que deixou o cargo após assumir mandato na Câmara dos Deputados graças à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as sobras eleitorais.

"Minha experiência é bem focada nas práticas brasileiras, embora tenha visto como isso se reflete em diferentes aspectos da posição que o Brasil ocupa no mundo", afirma a nova secretária.

Ela atuou na Organização das Nações Unidas (ONU), na Organização dos Estados Americanos (OEA), na Conectas Direitos Humanos e na Fundação Getúlio Vargas (FGV).

É mestre em Direito e Direito Internacional pelas universidades Harvard Law School e Universidade de São Paulo (USP).

"A nova secretária possui experiências com desenvolvimento de projetos de sustentabilidade para academia e sociedade civil, trabalhando em diferentes contextos junto a bancos de desenvolvimento (NBD, BID, BNDES) e organizações internacionais (ONU, OEA, OCDE)", disse o MDIC.

"Sustentabilidade não é só uma questão ambiental, mas também social, porque se não funciona para o social, o ambiental não se sustenta", diz a nova secretária.

Criada no início do atual governo, a SEV é responsável por formular e executar políticas voltadas à transição energética e à bioeconomia. Entre as atribuições estão o incentivo à industrialização baseada em cadeias produtivas dos biomas e da Amazônia e o apoio à descarbonização da indústria nacional.

A nova secretária defendeu que o país fortaleça sua posição na geopolítica ambiental. "O Brasil sempre foi um protagonista na pauta ambiental, desde a Eco 92, onde se afirmou como um pioneiro", lembrou.

"Por um lado, temos grande parte dos recursos do mundo, uma diversidade biogenética enorme, a própria Amazônia, assim como a chamada Amazônia Azul. Por outro, o Brasil se propõe a fazer pontes com os países desenvolvidos e em desenvolvimento para avançar essa pauta globalmente", explicou.

Rodrigo Rollemberg, antecessor no cargo, retorna ao Congresso após decisão do STF que reformulou as regras de distribuição das sobras eleitorais, permitindo sua posse na Câmara dos Deputados.

Em sua despedida, ele defendeu que o Brasil se apresente como destino para investimentos verdes, aproveitando o potencial da matriz energética limpa e a diversidade industrial do país.

Secretaria de Economia Verde


Criada em 2023, a SEV tem como objetivo principal articular políticas públicas para descarbonizar a economia, impulsionar a bioindústria, estruturar cadeias produtivas sustentáveis (especialmente na Amazônia) e promover empreendimentos com impacto social e ambiental.

Rollemberg foi o primeiro a ocupar a cadeira da Secretaria de Economia Verde e durante sua gestão concentrou ações como:

  • Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA): a mudança de Centro de Biotecnologia para Centro de Bionegócios da Amazônia. Atualmente, finaliza a reforma de um antigo hotel que servirá de hub de bioeconomia na região amazônica, com sete startups já selecionadas para ocupar o novo espaço;

  • Selo Verde e Selo Amazônia: estão em desenvolvimento dois selos para normatização e certificação de produtos e de serviços sustentáveis e, no caso do Selo Amazônia, valorização, identificação e divulgação de produtos manufaturados genuinamente amazônicos;

  • Plano Clima Adaptação - Setorial Indústria: elaboração de planos setoriais com diretrizes para adaptação climática para a indústria até 2030. Busca mapear riscos, identificar cadeias produtivas mais vulneráveis, analisar cenários climáticos, apresentar soluções, meios de financiamento e metas de adaptação para serem atingidas,.

  • Plano Setorial da Indústria - Plano Clima Mitigação: elaboração de diretrizes para mitigação de impactos climáticos para a indústria. Plano busca estabelecer o orçamento de carbono do setor até 2050 de acordo com os parâmetros da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) apresentada na COP29;

  • Estratégia Nacional de Economia Circular: focada na transição do modelo de produção linear para uma economia circular, incentivando o uso eficiente de recursos naturais e práticas sustentáveis ao longo da cadeia produtiva. Recentemente, contou com o lançamento do Plano Nacional de Economia Circular;

  • Estratégia Nacional de Bioeconomia: reúne diretrizes e objetivos estratégicos para o desenvolvimento de cadeias de produtos, processos e serviços que utilizam recursos biológicos e tecnologia avançada para elaboração de produtos mais sustentáveis;

  • Estratégia Nacional de Economia de Impacto: incentiva negócios e investimentos no Brasil que buscam equilibrar resultados financeiros com a geração de impactos sociais e ambientais positivos. Recentemente, contou com o lançamento do Cadastro Nacional de Empreendimentos de Impacto (Cadimpacto), que busca dar maior visibilidade a negócios do setor;

  • Sistema Nacional de Economia de Impacto: trata-se de um sistema uniformizado para desenvolvimento de parcerias com as políticas públicas dos estados, observando as especificidades de cada território, de modo a fomentar negócios de impacto. Quatro estados já aderiram ao sistema: Rio Grande do Norte, Alagoas, Ceará e Espírito Santo.

  • Estruturação de cooperativas de extrativistas nas cadeias produtivas do açaí, cupuaçu, babaçu e castanha: o projeto, de R$ 104 milhões, em parceria com o Sebrae pretende estruturar cooperativas de extrativistas nessas quatro cadeias. Por meio da compra de máquinas e equipamentos (levantados pela Embrapa) visa a tornar mais produtivo e menos penoso o trabalho de extração desses produtos.

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